domingo, 12 de setembro de 2010

Digerindo o conteúdo: Sistema Digestório Mastigado (Parte 1)

   Resolvi fazer um pequeno resumo da aula de quinta feira passada, dia 9/9. Até aqui, vimos como a digestão e absorção do alimento acontece nos filos Porifera, Cnidaria e Platyhelminthes. Vamos relembrar agora os pontos principais. Deixe seu livro aí do lado para consultar enquanto lê o texto:

  • Poríferos: Não têm cavidade própria para a digestão, nem boca, nem ânus. Sua digestão é exclusivamente intracelular. Por isso, podem se alimentar apenas de microorganismos ou partículas microscópicas de matéria orgânica, que podem ser fagocitados. Os alimentos são capturados pela bainha dos coanócitos,  onde chegam carregados pela corrente de água que os próprios coanócitos criam com seus flagelos. Depois, são transferidos para os amebócitos. Os amebócitos ficam no meso-hilo, a substância gelatinosa situada entre a camada de pinacócitos e a camada de coanócitos. Com seu movimento ameboide, podem se deslocar por essa geleia e redistribuir o alimento para outras células, como os pinacócitos. A digestão ocorre dentro dos coanócitos ou dentro dos amebócitos.
Veja o esquema abaixo (clique na imagem para ampliar) e tente visualizar a explicação acima. Depois compare com os desenhos do livro, nas páginas 294 e 296.

  • Cnidários: Têm uma cavidade digestória que ocupa toda a parte interna do corpo e pode ser parcialmente dividida por dobras da parede do corpo. Possuem um orifício chamado de boca que serve para engolir o alimento e também para eliminar os restos, pois não têm ânus. Se alimentam principalmente de outros animais, portanto são predadores. Seus cnidoblastos (células urticantes) são potentes o suficiente para paralisar presas relativamente grandes, como peixes (veja mais sobre cnidoblastos na pág. 301 do livro). Os cnidoblastos estão presentes principalmente nos tentáculos do cnidário. Assim, os tentáculos são a principal arma que esse predadores vagarosos e muitas vezes sésseis possuem. Os tentáculos também se movem para levar a comida até a boca. A partir do momento em que a presa é mandada para dentro da cavidade gástrica, enzimas produzidas por células glandulares da gastroderme começam a fazer a digestão extracelular. A água e o alimento presentes na cavidade gástrica são remexidos pelo movimento dos flagelos das células mioepiteliais digestivas (lembrem dos coanócitos das esponjas). As células mioepiteliais digestivas são, na verdade, as protagonistas da digestão. Quando o alimento vai sendo degradado em partículas microscópicas, estas células vão fagocitando esses pedaços microscópicos de comida e então terminam de digeri-los intracelularmente. Os nutrientes resultantes vão para as outras células por difusão, através das membranas citoplasmáticas e da mesogleia. Essa difusão é facilitada pelo fato de a mesogleia ser muito fina. A presença de dobras na cavidade gástrica aumenta a superfície de contato entre a gastroderme e o alimento, aumentando a velocidade da digestão e da absorção.
  • Platelmintes: Alguns vermes chatos, como a tênia, são tão adaptados à vida parasitária que perderam o sistema digestório, absorvendo através da pele os alimentos já digeridos pelo hospedeiro. A maioria deles, porém, sendo de  vida livre, tem sistema digestório incompleto (ou seja, sem ânus). Nestes casos, como pode ser observado nas planárias, a cavidade gastrovascular (onde ocorre a digestão), se ramifica pelo corpo todo. Além disso, as planárias têm uma faringe musculosa que pode ser colocada para fora do corpo. As planárias podem capturar pequenos animais vivos ou comer restos de animais mortos (saprofagia) evertendo a faringe sobre eles para despejar enzimas digestivas e depois sugar o material semi-digerido para dentro da cavidade gastrovascular. Dentro desta, o alimento vai entrando pelas ramificações, onde continua sendo digerido até estar dividido em partes pequenas o suficiente para serem fagocitadas pelas células da parede da cavidade gastrovascular. Nestas, o alimento é decomposto em nutrientes simples, que vão para as células vizinhas por difusão. Reparem que a intensa ramificação dessa cavidade permite que todas as células do corpo estejam perto da fonte de alimento. Assim, todos os tecidos conseguem receber sua cota de nutrientes com bastante rapidez sem que haja a necessidade de um sistema circulatório.
A imagem abaixo representa bem o sistema de digestório de uma planária. Para quem não conseguiu ver, o sistema digestório está em azul. Aqui o termo "intestino" equivale a cavidade gastrovascular. Compare-a coma foto da página 316 do livro.


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